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Quem não fez Rolezinho?

Quem não fez um Rolezinho, quando jovem? Nos anos 60 a 80 era a fase do “hippie e da playboyzada”, “tempo bom, não voltam mais, saudades é dos tempos atrás”, cantava o Humorista Lilico. Alguns jovens hoje não têm nem dialogo com país e nem espaço para lazer. A sociedade é hipócrita e é cruel com ela mesma. Todos esquecem que foram jovens. A sociedade precisa entender, apoiar e ouvir os jovens, porque eles só querem revitalizar sua identidade e reconquistar o espaço que lhes foi tirado, devido aos altos investimentos imobiliários na Cidade. O jovem, basicamente da periferia, não têm espaço e incentivo de políticas publica para curtir, namorar, praticar um esporte amador como: dança, judô, karatê, capoeira, vôlei, basquete, futebol de salão e o de assistir um filme, futebol em estádio e até ensaio de bloco, tudo é pago. Cadê a reposição da piscina olímpica e do Ginásio Balbininho na Fonte Nova, quadra e campo de esporte nos estabelecimentos de ensino nos finais de semana. “Cabeça vazia pé de folia”. A idéia dos rolezinhos não é o de fazer baderna protestar e nem o de querer invadir os “shoppings dos magnatas”. Os rolezinhos também não querem amedrontar e nem desrespeitar a sociedade, a segurança e a polícia, eles querem sim é espaço para passear, freqüentar ambientes para paquerar, curtir e viver com felicidade, enfim exercer o direito de ir e vir. A criança hoje não tem nem área para brincar e interagir socialmente com outras crianças. Resumindo a criança e o jovem na atualidade não tem direito a nada, alguns nem mesmo uma palavra com os pais, esta é a pura realidade.

Chamo atenção também que resgatar a família, a educação e o Brasil, é um dever cívico de todo cidadão, é também refletir o passado, procurar viver melhor o presente pensando no futuro. É possível fazermos com consciência de que as gerações de hoje não devem esquecer-se de lembrar que a história de uma cidadania é sempre uma lição para as gerações vindouras. A educação está deseducada em casa e na escola, enfim em todos os meios sociais. Civismo é a virtude que leva o ser humano a participar da comunidade, que faz dele um bom cidadão.

Nos anos 60 a 80, existia a disciplina OSPB - Organização Social e Política Brasileira, onde as crianças eram educadas e orientadas para serem cidadãos de bons costumes, acima de tudo, respeitarem a Pátria, os pais, os mais velhos, enfim todos os cidadãos. Hoje, é vergonhoso como o desrespeito já começa em casa e se reflete na escola. As crianças não respeitam os professores, mas não é só por culpa deles, também por culpa de muitos pais e governantes que não colocam a questão da educação como prioridade, afinal educação é à base do desenvolvimento humano de um País.

Muitos pais esquecem que seus filhos não estão interessados em relação de bens patrimoniais e em contas bancárias gordas, o que querem é um amigo para conversar, assistir um filme, um jogo, curtir um restaurante, enfim ser um irmão de fé e camarada. “Todo homem, cada homem, é responsável pelo destino da humanidade, por suas ações ou omissões”.

Hoje, o que mais se vê são filhos órfãos de pais vivos. É mãe para um lado e o pai para o outro, a criança desamparada sem amor, sem diálogo, sem carinho, psicologicamente arrasada e desorientada. Existem famílias que irmãos crescem como verdadeiros inimigos e que se encontram por acaso em suas próprias casas. Quando querem falar com os pais, esses se encontram ocupados, enquanto o filho pode estar usando droga, praticando vandalismo, convivendo ou mesmo sendo catequizado por grupos maléficos. Como o que ocorreu com um jovem: “DRAMA SOCIAL, Jovem que foi preso por roubar livros e solto comove baianos” publicado no Jornal Tribuna da Bahia, edição de 8 e 9 fevereiro. Foi roubo? Ou não existem Bibliotecas nos bairros para o acesso dos jovens a LEITURA?

Senhores pais e governantes, a juventude encontra-se desestimulada e alheia. Muitas vezes, por desencanto ou por ser órfão de pai e mãe vivos, vai buscar no tóxico e na vadiagem, a solução para suas carências que, certamente não existiriam se houvesse mais carinho, amor, harmonia e paz nas famílias.

Face à realidade da exclusão social com o jovem da periferia, propomos ao Governador Jaques Wagner e ao Prefeito ACM Neto, desenvolver política publica com a capacitação e promoção social, aplicando a filosofia cooperativa, Artigo 174 $ 2º C.F, visando proporcionar ao jovem organização, participação e escolha do líder para intermediar com o governo os seus direitos e deveres com disciplina, limite e responsabilidade. Vamos dialogar com o jovem? Querer é Poder! A Educação é a ferramenta básica de transformação e socialização do ser humano.

“A dignidade do homem reside na família (Papa João Paulo II)”.

Alderico Sena - Especialista em Gestão de Pessoas –aldericosena@hotmail.com

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